
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Trilha sonora empolgante

quinta-feira, 26 de junho de 2008
Glam comedido

Essa tendência ao teatral, ao grandioso pode ser visto também noutra bela canção, “The More We Possess the Less We Own of Ourselves”, com abertura que mais parece ter saído de uma ópera de Puccini. É o novo “glam” de Anderson. Tudo no disco vai no vácuo do comedido, da voz do cantor, antes mais desbragada, até as canções suaves e não tão empolgantes como “One Lazy Morning” e “Intimacy”. Ecos do Suede podem ser ouvidos na mais rocker “Dust and Rain”, com sua guitarra e andamento mais nervosos.
Mas, o belo timbre de Anderson e pérolas como a impactante “To the Winter”, uma balada que já considero clássica e quase me faz chorar, tornam esse álbum uma obra para se ter em qualquer coleção.
Vá sem medo:
http://www.4shared.com/file/46408098/375ce037/2007.html
Cotação: 4
terça-feira, 24 de junho de 2008
Tempero do passado
O disco foi editado pela mesma gravadora que apadrinhou o Panic! at the Disco e o Fall Out Boy, o que faz muita gente pensar que o The Hush Sound soe parecido com aquelas duas bandas fraquinhas que fizeram sucesso em todo o planeta. Mas, não é bem por aí. Ainda bem. Goodbye Blues tem mais consistência e referências culturais que credenciam o quarteto de Chicago, um dos melhores palcos da música negra dos Estados Unidos, a ser ouvido com atenção.
E não é só porque flerta com uma sonoridade com tintura jazzy, como as ótimas “Honey” e “Medicine Man”, que abrem magistralmente o disco, depois da melancólica “Intro”, todas abusando de um piano pop e que descamba em certos momentos para o vintage, que essa galera se mostra uma boa promessa. É porque, também, dosam essa influência com um indie-pop mais descarado, como acontece com as boas “As You Cry” e “Hospital Bed Crawl”.
A seu favor, The Hush Sound tem principalmente a voz de Greta Salpeter, que inclusive comanda garbosamente o notável piano. De registro agudo e muito afinada, essa menina é a alma da banda. Sinta a intensidade da cantora em “Break the Sky” e tire a prova dos nove. Infelizmente, o álbum peca pela pretensão. Salpeter disse que cada música ali era para ser vista como “uma pequena obra de arte”. Bobagem. Eles podem até ter amadurecido na terceira cria, como já foi notado, mas a sensação de cansaço criativo em algumas canções e a forçação de barra em outras, como na instrumental “Six”, não os coloca , ainda, no patamar de grandes artistas.
De qualquer forma, confira:
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Se não deu, tente:
http://www.mediafire.com/?h1dmdus2dgt
Cotação: 3
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Em busca da inspiração perdida

O lançamento de um disco de inéditas de Gilberto Gil é algo sempre a comemorar. Afinal, o bom baiano, o meu preferido entre os novos bárbaros que na década de 60 para cá deram uma boa mexida na MPB, tem sempre algo a dizer. E seus trabalhos são sempre acima da média. É o caso desse Banda Larga Cordel que, mesmo menos luminoso que o disco anterior, ainda tem boas idéias, melodias bacanas e brilho próprio.
O disco traz 16 canções em mais de uma hora de música. E temos que nos render em vários momentos ao gênio rítmico e poético do artista. Mesmo em músicas menos pretensiosas, como “Despedida de Solteira”, um forró suave e provocativo, o som seduz e encanta. O artista tenta engatar de novo sua tendência a filosofar que, quando dá certo, nos prende atenção, caso da linda “Não Tenho Medo da Morte” e embarca ainda em sensíveis declarações de amor, como a que faz a mulher Flora, na sensual “A Faca e o Queijo”, da mesma linhagem da clássica “A Linha e o Linho”.
Há que se prestar atenção também nas letras de Gil, como na mais dançante “Banda Larga Cordel”, onde brinca com as coisas da informática e o desejo do mundo inteiro de surfar nessa onda, como revela a inventiva poesia: “Diabo do menino agora quer/Um ipod e um computador novinho/O certo é que o sertão quer navegar/No micro do menino internetinho”.
Mas, o ministro se perde em composições não tão inspiradas, apesar da boa intenção, como “Canô”, em que homenageia os 100 anos da mãe de Caetano Veloso ou no forró “Não Grude, não”. A compensação vem com a bela versão de “Formosa”, de Vinícius e Baden Powell, de arranjo delicado, e em sambas com grandes harmonias como “Samba de Los Angeles” e “Amor de Carnaval”.
Por tudo isso e por ser Gil reanimado, vá lá:
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ou ainda:
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Cotação: 4
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Lo-fi surpreendente

Se tem algo que aproxima o Tall Firs do Sonic Youth é o experimentalismo. A banda criada pelos vocalistas e guitarristas Aaron Mullen e Dave Mies e pelo baterista Ryan Sawyer faz uma espécie de folk experimental, marcando pelo diálogo enviesado de cordas e baterias, como é possível perceber logo de cara com a interessante “So Messed Up” em que a guitarra dedilhada soa desencontrada da percurssão marcada.
A textura rica criada pela guitarra e violões é cama para uma bateria um pouco mais enérgica e encanta os ouvidos. E se engana quem acha que Too Old To Die Young é repetitivo. Ouça o disco com ouvido de arqueólogo, buscando a riqueza do detalhe nos arranjos bem trabalhados e recheado de surpresas. Casos da ótima “Good Intentions” em que um piano sutil chama a introspecção para ser estilhaçado no final por uma guitarra mais pesada, ou na linda “Secret & Lies”, onde a voz árida e quase sussurrante de Mullen encontra o par perfeito num dueto com Holly Miranda, da banda The Jealous Girlfriends.
O novo trabalho do Tall Firs, banda que tornou-se um dos grandes achados este ano para mim, é de difícil audição. É anti-pop e nada radiofônico, mas tem uma virtude rara na maioria das bandas: é consistente e mexe com os sentidos.
Experimente:
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ou
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Cotação: 4
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Na cola do Radiohead

Corri atrás do EP depois de escutar na internet “Double Click”. A canção logo me chamou atenção pela pegada a la Radiohead, uma de minhas bandas preferidas. A composição tem o mesmo espírito das criações mais pops da banda inglesa presentes, por exemplo, no ótimo Hail to the Thief (2003). A seqüência de baixo e bateria hipnóticas, a voz desesperançada e eloqüente do vocalista russo(sim, a banda é daquele distante país!) Michael e a boa melodia credenciaram minha busca por outras crias dos cossacos.
O EP Vodka Bear Matreshka tem sete músicas. A primeira, chamada singelamente “Track” é apenas uma introdução, um maquiavélico esquenta para a ótima e já comentada “Double Click”. Na seqüência, a bacana “Solo” reforça que os russos aprenderam bem na cartilha de Radiohead, Muse e outras galeras que gostam de rock com melodias fortes, alma exposta e guitarras efusivas.
Soberba é o que se vê na boa “What Angel Seen”, com solo de cordas pungente e interpretação desesperada. “Matreshka” é uma vinhetinha sem-vergonha e dispensável, enquanto “Be My Killer” é a mais radiofônica delas e pesada, com suas guitarras sujas e distorcidas.
Pensei em cotar o disco com um 5 redondindo(bom pra c...), mas como não sou nenhuma Márcia de Windsor(alguém lembra desse personagem?), pisei o pé no freio. Mas, fiquem espertos com o que esses camaradas russos podem aprontar. Eles disponibilizaram o download gratuito do EP:
http://uploaded.to/?id=kpuvfi
Se não der, vá na página dos caras, onde o EP está à disposição:
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Celestial grandeza

O novo álbum, que tem uma grandeza próxima ao citado Ágætis Byrjun sem, contudo, superá-lo, investe em coros angelicais e na instrumentação e arranjos delicados tanto quanto complexos. Casos de “Inní Mér Syngur Vitleysingur” e “Ara Batur”, onde um piano suave é cama para melodias envolventes que terminam apoteóticas com a entrada de cordas e metais suntuosos.
E assim a banda vai viajando. Ora entre canções mais soturnas e melancólicas como a longa “Festival”, lentíssima, quase uma oração com seu órgão e voz bem casados, ora pesando menos a mão com músicas mais solares, como “Ilgresi”, uma grande melodia, uma das melhores do disco, com seu violão acústico e jeitão folk e a terna e celestial “Goddan Daginn”, que remete um pouco a leveza dos “fofos” escoceses Belle and Sebastian. Enfim, um disco difícil para muitos, mas excelente e extremamente respeitável.
Faça essa viagem:
http://rapidshare.com/files/121016247/Sigur_R_s_-_Me__su____eyrum_vi__spilum_endalaust_-_2008.rar
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Cotação: 5
terça-feira, 17 de junho de 2008
Caldeirão mágico

Mas, quem está acostumado às boas invenções da música pernambucana não vai estranhar. A Orquestra Contemporânea de Olinda mostra no CD, lançado em 2008 e que traz o nome da banda, um som fortemente autoral, fincado em ritmos brasileiros do passado e na black music. Estão lá no caldeirão mágico, o afrobeat, funk, jazz, samba e até o brega, aquele brega que fez a cabeça de toda uma geração nordestina nos anos 70 do século passado.
A banda já adianta no melancólico samba “Ladeira” as influências de um período em que a música brasileira era mais presente em nossos dials: “Vou correndo atrás da vida/Vou levando na bagagem um gosto de coisa do passado”. Ponto para eles. Tiné e Maciel Salu, os dois vocalistas que comandam no palco os outros dez músicos do grupo, trazem na grande bagagem o passado com toques contemporâneos.
Nesse mix de passado e presente, é possível visualizar o futuro. Músicas como a brega “Brigitti” aponta, podem anotar isso, uma tendência. Antes, a ótima Cidadão Instigado, do cerense Catatau, já havia cantado a pedra sobre a potencialidade ainda mal explorada do brega. Mas, esse é só um detalhe no baú de boas composições apresentado pela banda.
Qualquer dúvida, cole no ritmo funkeado de “Tá Falado”, no reggae suave de “Saúde II” ou na ótima “Canto da Sereia”, resgatado do cancioneiro de Oswaldo Nunes, que começa com um ritmo amaxixado para cair na fervura dos naipes de metais. Aliás, os metais são a alma desse bom disco de música brasileira. Pra balançar, vá lá:
http://rapidshare.com/files/107754357/ORQUESTRA_CONTEMPORANEA_DE_OLINDA.zip
ou
http://www.4shared.com/dir/6554549/73f92966/Orquestra_Contemporanea_de_Olinda.html
Cotação: 4
segunda-feira, 16 de junho de 2008
No caminho certo

Here We Stand(2008) tenta ampliar o público da banda, de forma instável, com seu rock básico. Diferente do álbum anterior, explicitamente cru e visceral, o segundo trabalho dos escoceses de Glascow é mais produzido e orgânico. As guitarras afiadas e a bateria pulsante dão as caras já na abertura, na bacana “My Friend John” e continua, chamando festa, com a inclusão de um piano nervoso e coro no estilo rockabilly de “A Heady Tale”.
Mais desacelerados, contudo mais consistentes, principalmente na marcação mais pesada e criativa da guitarra, os Fratellis presenteiam os ouvintes com boas composições, a exemplo da envolvente “Shameless” com sua pitada bluezeira, e a sedutora melodia de “Stragglers Moon”, que os aproxima da verve dos conterrâneos do Franz Ferdinand. Mas derrapam, porém, em bobagens, com a pouco inspirada “Mistress Mabel” e a dissimulada “Tell me a Lie”, entre outras.
A impressão que fica no final de tudo, 12 músicas depois, é que esses camaradas estão no caminho certo, precisando encontrar apenas o equilíbrio entre o talento de criar hits e a energia descontrolada, presentes no primeiro trabalho e o desejo de agradar o mundo inteiro, sensação deixada pelo segundo. Quer experimentar? Então vá em:
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sexta-feira, 13 de junho de 2008
Ela é quente mesmo

Já tem uns meses que o Santogold circula pela internet como uma das boa novidades do segmento eletrônico no ano. Com o lançamento do primeiro álbum, que leva o nome da banda, confirma-se o nascimento de uma estrela. E, tenha certeza, o frisson em torno dela não é armação do mercado fonográfico. Santi White é realmente boa e carismática, com sua voz aguda e afinada, que encaixa perfeitamente em canções eletrônicas pop e eficientes, que tem tudo para fazer a alegria dos amantes das pistas.
Santogold(2008) é um dos álbuns mais quentes do ano. É música eletrônica sem perder de visto a energia roqueira, como na boa “Say Aha”, com pegada punk, uma das influências da artista, e na contagiante “You’ll Find a Way”. O bicho pega também no território do dub e reggae como nas matadoras “Shove It” e “Creator”, esta com loops alucinados e em diversas velocidades, no estilo “Créu”, mas, obviamente, com toda a criatividade que falta a este funk oco.
Mas, se você resistir ainda ao balanço contagiante de Santogold, tente ficar parado diante de “Unstoppable”, um dub hipnótico com refrão pra lá de lúdico, ou escutando “L.E.S. Artistes”, outro dos destaques desse bem engendrado e bacanudo trabalho.
Sinta o calor:
http://www.zshare.net/download/117320949e7191c3/
ou:
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Cotação: 5
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Ninando anjos

O burburinho surgiu depois que a turma lançou o cristalino EP Sun Giant(2008), num quadrante sonoro bem distante do barulhento e deseperado rock que levou, por exemplo, os conterrâneos do Nirvana e Mudhoney a marcarem época. No trabalho de apresentação, a molecada norte-americana nadava de braçadas num folk psicodélico e melancólico, que remetia a Van Morrison de Astral Weeks(1968) e às viagens mais experimentais dos Beach Boys.
O primeiro álbum de músicas inteiras, que leva o mesmo nome da banda, é uma continuação do EP. E com a mesma inspiração melódica que chamou a atenção da crítica. Abusando de corais afinadíssimos, Robin Pecknold (vocal e guitarra) e sua turma fazem pequenas canções de ninar para anjos, que eles próprios definem acertadamente como “barrocas”, caso das emocionantes “White Winter Hymnal”, com um arrepiante arranjo vocal, e na sessentista “Sun it Rises” e seu climático e onipresente violão acústico.
Impossível não voltar no tempo com essa formidável estréia do Fleet Foxes. A animada “Ragged Wood” poderia muito bem substituir “Let’s the Sunshine In”, na clássica cena do filme Hair em que a galera está na estrada em um conversível, cantando a citada música, a caminho do resgate de um amigo do exército à beira da ameaçadora viagem para a guerra do Vietnã.
Mas, não torçam o nariz. A música em questão aqui não cheira a naftalina. É apenas um revival, com cores modernas e muita personalidade, de um psicodelismo sem delírios e atolado até o pescoço no lirismo. Até os corações mais duros vão estremecer diante de pérolas como a épica “Your Protector” e a acalentadora “Meadowlarks”. Uma revelação e definitivamente um dos grandes álbuns lançados em 2008.
Cheque:
http://rapidshare.com/files/120464301/Fleet_Foxes_-_Fleet_Foxes_2008.rar
e os links para o EP Sun Giant:
http://www.badongo.com/file/8253362
http://www.zshare.net/download/88410958036a00/
Cotação: 5
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Sobrado do samba

terça-feira, 10 de junho de 2008
Metralhadora sentimental

Contudo, a norte-americana é tão competente naquilo a que se propõe, um folk na linha da grande Joni Mitchell, que a sensação de esgotamento criativo, no final das contas, pouco incomoda. Depois de arquitetar um disco conceitual, o razoável The Forgotten Arms(2005), no qual canta o relacionamento entre um boxeador e sua amada, ela destrava sua metralhadora giratória sentimental e volta a falar de desalentos, sofrimentos, perdas e danos, temas recorrentes para quem abre o coração e vive sem medo a maturidade (Mann nasceu em 1960).
Nesse sentido, @#%&! Smilers lembra um pouco Bachelor No. 2(2000), o terceiro - e para mim até agora imbatível - disco da carreira da artista. Em alguns momentos, Mann escancara sua poesia incendiária e melodias inspiradas. Está afiada na belíssima “Freeway”, onde um tecladinho animado se confronta com a passionalidade da canção, e em pelo menos mais duas jóias do disco, a tristíssima “It’s Over” e a evocativa, com seu coro de assobios, “Little Tornado”. Um som para os momentos mais delicados do dia.
Certifique-se se é por aí mesmo:
http://www.mediafire.com/?mty9xzr2w2h
ou
http://rapidshare.com/files/115822040/Aimee_Mann_-_Smilers__2008__SuperEgo_Records_.rar
Cotação: 4
P.S.: Quem comprar o CD, pelo menos lá fora, terá direito a um livro de 32 páginas com ilustrações do artista Gary Taxali.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Expressiva maturidade
domingo, 8 de junho de 2008
Boa promessa

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ou:
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Cotação: 3
sábado, 7 de junho de 2008
Sem perder a ternura

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http://www.mediafire.com/?yjon2geewdy
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Bons de bola

Viva la Vida não veio tomar o posto de obra-prima que até hoje ainda é do Parachutes. Não procure novidades efetivas. Essa não foi provavelmente a proposta dos caras. E logo vem aquela velha pergunta: mudar pra que? Mas o álbum inegavelmente encontra o Coldplay com a mesma verve, a mesma afinada mecânica para construir belas e instigantes composições, e mais inspiradas, para mim, do que no último e mais frágil trabalho da banda, o X&Y(2005).
Pelo menos foi o que senti ouvindo as ótimas “42”, com um piano arrebatador numa canção que muda de andamento surpreendendo positivamente os ouvidos, “Reign of Love”, e na beatlesneana “Violet Hill”, com suas guitarras hipnóticas. Essas, ao lado da também envolvente “Lost”, principalmente na versão acústica, podem figurar entre as melhores já feitas pelo grupo.
Mas, há insights que mostram um pequeno passo adiante na música dos camaradas, como na poderosa “Yes”, que mostra um Coldplay menos intimista, lírico, com uma pegada pop diferente, até mesmo pela inserção de sons asiáticos e "Lovers in Japan", com uma batida de bateria marcial que lembra U2. Aliás, há em outros momentos uma instrumentação que lembra o grupo irlandês, o que pode ser um sinal de que o Coldplay talvez começe a assumir o posto de uma banda que quer ser definitivamente grande.
Mas Viva la Vida perde a força em rock insossos, como na chata “Chinese Sleep Chant, com suas guitarras nervosas e mais estridentes e ainda na dissimulada canção que dá nome ao disco, que começa bem mas se perde lá pelo meio numa melodia fraca e repetitiva.
Bom, melhor que falar é ouvir. Veja, então, o que você acha desse aguardado disco(novos links):
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ou:
http://rapidshare.com/files/120184620/Coldplay.Viva.La.Vida.2008.by.RoCkGirL.rar
Cotação: 4
Para animar a sexta

E foi pra pegar o pique de uma sexta-feira, este santo e iluminado dia, que ouvi Slightly Stoopid. Essa banda californiana(tinha que ser de lá, né!) até então desconhecida para mim, com claras influências da extinta e bacana Sublime, navega na maré do reggae, dub style, ska e lampejos de rap desde 1996. Fazem discos para praia, luaus e festas afins. Praticam essa velha mistura com competência, como fica claro em Chronichitis(2007). Lembrei aqui de meus bons amigos, Marcão e Triaca, amantes dos sons do gênero.
No quinto álbum de estúdio da galera, é possível encontrar o reggae leve e típico do Sublime já na primeira música, “Anywhere I Go”. Mas, o forte da turma é mesmo o dub, como nas boas “Blood of my Blood” e “Digital”. Mas, na fusão sem confusão que fazem, há espaço para misturebas com outras sonoridades, como em “Above the Clouds”, em que os metais lembram o sinuoso som da índia e em “Ocean”, na qual atacam de gaita folk e sax meloso. Os metais, aliás, aplicados sem excesso, são um dos destaques desse disco que, longe de ser espetacular, anima o dia.
Pegue a onda:
http://rapidshare.com/files/54475825/SlghtlStpidChrnchts.at.mutesound.info.rar.html
ou
http://rapidshare.com/files/81039680/Slightly_Stoopid-Chronchitis.zip
ou ainda:
http://www.badongo.com/pt/file/4074206
Cotação: 3
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Solto na buraqueira

Depois de alguns projetos musicais criados para incendiar a noite de Natal, Gustavo e Paulo criaram a DuSouto (http://www.dusouto.com/), atual formação(mais Joab Quental, Gabriel Souto e Júlio Castro), que faz um mix de eletrônica, rock e ritmos regionais. Depois de passarem por alguns festivais nacionais, chamando a atenção da crítica especializada, como o Humaitá pra Peixe, assinaram com a Nikita Music e botaram na roda o elogiado disco de estréia, que leva o nome da banda.
O lado da influência regional da dupla, que sempre me agradou mais e que, afinal, acaba sendo o diferencial do que se faz no Brasil inteiro, é o que salta na música “Moro na Esquina”, de Lamartine que, solo, inscreveu essa composição no simpático e boêmio festival MPBeco, no Beco da Lama, um dos pontos mais undergrounds e acolhedores de Natal. Com sua levada carimbó, ou algo parecido, a música é super-animada e tem um refrão contagiante. Deixo o link para baixar a música. Vá lá e curta:
http://mail.google.com/mail/?ui=1&attid=0.1&disp=attd&view=att&th=11a5574167b0937e
Cotação: 4
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Filhos do Pavement

Mas, há uma escola indie que definiu uma linha bem clara de som e que tem como ícones bandas como Guided by Voices, Hefner, Sebadoh e a grande Pavement. Indie rock por excelência, esta última surgiu como uma alternativa ao rock maisntream, marcado pelos solos de guitarra pomposos ou por baterias alucinadas. Ali, valiam mais as idéias e menos a técnica. Cordas mais displicentes, bateria mais marcada e vocais relaxados, com variações de tonalidade e afinação indisciplinadas.
Dessa escola, surgiram “trocentas” bandas. Alguns fizeram um up-grade do som de Pavement, mixando outras sonoridades. Outras seguiram o que o mestre mandou com poucas variações e teve aquelas que, mesmo com forte eco, inpuseram um pouco de personalidade na música que compunham. Nesse último caso se inclui uma banda californiana chamada Oranger que, em pleno anos 2000, patinaram deliciosamente no bom som feito na década de 90 do século passado.
Da galera, ouvi o que parece ter sido o último álbum da banda, o terceiro da carreira, chamado New Comes and Goes (2005). O disco é um pequeno achado, uma dessas jóias perdidas que, apesar de ter uma e outra bobagem, apazigua os ouvidos. A boa influência do Pavement está em músicas como "Drake" e "Sukiaki", aqui com levada mais pop, mas foge dessa onda em canções como “Outtatouch”, com um jeitão Velvet Underground(o pai de toda essa moçada) de ser. Outra boa pedida é “Crones” , um rockinho desavergonhadamente - desculpem - indie, e a balada monolítica "Haeter". Enfim, uma novidade que, infelizmente, do mesmo jeito que veio, foi.
Caia no indie:
http://rapidshare.com/files/61455592/Oranger_-_New_Comes_and_Goes.rar
Cotação: 3