
Nunca tinha ouvido falar de Portugal. The Man. Quando escutei o álbum mais recente da turma, me interessei em conhecer melhor a obra de John Gourley(vocalista), Zach Carothers (guitarrista), Jason Sechrist (baterista) e Wes Hubbard (tecladista). Os fundadores da banda vieram de um grupo de grupo de post-hardcore do Alaska chamado Anathomy of a Ghost. Essa origem parecem ter influenciado os dois primeiros discos da galera Waiter: “Your Vultures”(2006) e Church Mouth(2007), nos quais a carga de experimentalismo que fez a crítica compará-los aos loucos do The Mars Volta. Irregulares, esses dois CDs revelavam um quarteto em busca de um caminho próprio.

Difícil não ouvir ecos dos anos 70, por exemplo, em “People Say”, que abre o disco e a primeira música do CD a se espalhar pela rede. Das melhores do disco, a alegre canção tem guitarra setentista e refrão matador. A também bacana “Guns and Dogs” segue a mesma toada, com uma melodia cheia de graça. Reparem, lá pelo fim da música, no piano suave contrastando com a guitarra mais animal. Mais pop e viciante, a banda acerta na mão com duas outras belas criações, as garageiras “Do You” e “Lovers in Love”, na linha do rock urgente e enérgico do Arctic Monkey, mas ainda com um pezinho no passado, ainda que nos detalhes. É só ouvir com cuidado para perceber.

Não sei se Portugal. The Man acaba aqui, com esse disco, sua busca por uma sonoridade que esses norte-americanos possam chamar de sua. Mas, o fato é que encontraram em The Satanic Satanist um caminho consistente e, de quebra ainda, afinaram a criação, com melodias inspiradas e de muito bom gosto. Se eles continuarem nesse rumo, os ouvintes só têm a agradecer. Eu do meu lado só espero, pacientemente, que o trem se mantenha nesses trilhos. Assim sendo, estarei numa estação qualquer para pegá-lo.
Cotação: 4
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