
Oberst tenta ser pleno nesse projeto de canções mais felizes e ensolaradas. “Shell Games”, a primeira música de trabalho do álbum é sintomática desse seu afã. Com pinceladas acanhadas de synth-pop, a música é pra cima, com sintetizador quase moleque. É um ensaio para a composição que vem na sequência. “Jejune Stars” é aquilo que o artista arquitetou de mais próximo do pop. É dançante e despojada. O trintão de Nebraska já havia dito para a imprensa que buscaria em seu novo trabalho algo mais rocker, mais alheio ao seu próprio umbigo. Conseguiu.
Vídeo de “Shell Games”:

Para quem está acostumado à melancolia e serenidade do velho Bright Eyes, há resquícios sim do passado recente em alguns momentos do álbum. Em “Firewall”, que começa apocalípitica com um discurso panfletário sobre o futuro do planeta, a galera Oberst (leia-se Natel Walcott e Mike Mogis, também produtor do disco, junto a mais uma penca de convidados) comandada por Oberst soa quase soturna. Mais próximo do recorrente som do grupo está a linda “Ladder Song” com seu piano dolorido, e, por fim, a hipnótica e adorável “One for you, one for me”, prova cabal da força poética e talento melódico de Conor Oberst.
Escute “Ladder Song”:
The Peoples Key´s não é o melhor disco do Bright Eyes. Contudo, é o mais corajoso. A postura de renovação interior proposta aqui talvez não encontre eco na maioria dos fãs. E tem o brilho de quem, irrequieto, sabe que o rock é feito de mudanças de atitude e de substância, matérias primas palpáveis nesse álbum. Aventure-se também nesse bravo mundo novo de Oberst.
Cotação: 3
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