Existe uma saudável compulsão do ser humano em buscar seu lugar ao sol. No universo da música, essa busca eleva-se ao quadrado e se dá no meio de uma competição pra lá de acirrada. Mas, entre as zilhares de bandas de rock que povoam o mundo, pouquíssimas conseguem a consagração, a glória de serem reconhecidas e adoradas por inumeráveis e alucinados fãs. Algumas delas fazem sucesso apenas no seu próprio terreiro. Outras, com a ajuda do santo forte, vão além de seus quintais e ganham as prateleiras das lojas de CDs em todo o planeta. E tem aquelas que quase chegam lá e, para ganhar o carinho do ouvinte, parecem ser capazes de vender a própria alma ao diabo. Esse é o caso dos escoceses do Biffy Clyro, que acabam de lançar o super comercial e equivocado, menos na linda capa, Only Revolutions (2009).
Pouca gente ouviu falar de Biffy Clyro. Conheci a banda por meio do interessante Infinity Land(2004), o terceiro da carreira, um disco ruidoso e que me causou boa impressão pelas melodias bem costuradas em meio ao peso rocker produzido pelo trio. O grupo passou a ser considerado “emergente” depois do relativo sucesso do álbum Puzzle(2007), que trilhava um caminho pop, um pouco mais a direita do que faziam antes. Only Revolutions seria então a prova dos noves, a afirmação da banda de que ela poderia se firmar de vez no mainstream. E o grupo capitaneado pelo vocalista Simon Neil seguiu nessa direção apostando numa produção mais acurada e com o auxílio do produtor Garth Richardson, que ajudou a produzir trabalhos de supergrupos como o fenomenal Rage Against the Machine.
E até que o Biffy Clyro tenta mostrar algum diferencial com a excelente “The Captain”, música que abre espetacularmente a mais nova empreitada dos escoceses. Épica e com arranjos de cordas que chega a lembra a pungência do Muse – banda para quem, aliás, o grupo está abrindo os shows internacionais – essa canção é a senha para um produto tecnicamente azeitado. E Only Revolutions se resume a esse apuro. Mas até que a galera tenta acertar a mão em canções razoáveis, como a bipolar “That Golden Rule”, que alterna dinâmica hardcore com momentos chá de camomila. Ou em “Bubbles”, com marcante mudança de andamento, e a balada “Many of Horror”, de refrão mais ganchudo.
Contudo, essas tentativas de acertos só reforçam o sentimento de que o pique criativo fica restrito a espasmos. O grupo envereda por uma seqüência de melodias que não engatam e se perdem no meio de uma maquiagem sonora que forçam uma empatia com o ouvinte. E tudo começa então a soar um tanto superficial e repetitivo. E você logo pensa: eita, essa aí tá querendo o sucesso a todo custo. É o caso evidente de músicas sensaborosas como “Whorses”, com sua batida bateria marcial, e as contidas “Know your Quarry” e “God & Satan”, que parecem com tudo aquilo que as bandas pos-grunges tentaram fazer, sem sucesso, após a referência deixada por Kurt Cobain. Pode até ser que Biffy Clyro toque um dia na trilha sonora da saga Crepúsculo, mas que eles deveriam rever seu conceito de música e buscar o vigor do rock acelerado e mais descerebrado que faziam antigamente, ah bem que deveriam.
Este blog é uma manifestação de amor à música. Não tem caráter comercial, mas apenas o de compartilhar um gosto pessoal por grupos, bandas e artistas de todo o mundo. A idéia não é detonar a indústria fonográfica, como alguns blogueiros acreditam que possam fazer ao postar discos. Sugiro que esse blog sirva como mera pesquisa e, se gostar dos trabalhos comentados, procure comprar. É um mimo que você faz ao artista.
As cores da festa
Fantasiaram o Centro Cultural Casa de Taipa para a sua festa de aniversário de um ano. Tanto verde e amarelo tornaram nossa paixão pela cultura ainda mais vibrante.
Verão
As pranchas apontam o caminho do sol. Alegria refletida na areia, Verão pra não mais esquecer. Natal, dezembro de 2011.
Rio na boa
Rio da vida, que não ri de mim. Rio porque sei que assim eu sei que vivo melhor. Porque tudo o mais se ilumina em minha volta. Rio pra te fazer feliz. Catingueira - Sobradinho - DF - Brasil. Outubro de 2011
Lavrado iluminado
Um arco-iris no meio do lavrado e um fim de tarde banhado de luz. As vezes, a visão do paraíso está mais perto do que imaginamos. Mucajaí-RR. Agosto de 2011.
Missa do Vaqueiro
O vaqueiro do sertão nordestino, seco e encouraçado, carrega uma fé ardente como o sol que o incandeia. Exemplar de bravura que o Brasil precisa conhecer melhor. Suas missas em cidades do interior são rituais a parte. Meu amigo Flávio Aquino clicou esse momento mágico em Piranhas(AL), numa de suas muitas viagem Nordeste profundo adentro. Roubei essa de seu álbum no Facebook.