
Não pensem, porém, que Fix me Up seja a oitava maravilha do mundo, mas tem um encanto nato, como um inesperado e inventivo gol, e uma melancolia que me pegou de jeito. Talvez pela surpresa de Monotalk ter vindo de Israel. Talvez pelo fato de lembrar minha queridíssima Radiohead da época de Pablo Honey(1993) e The Bends(1995), daquele período em que Thom Yorke era mais pé no chão. Talvez porque esse trio israelita (Israel Erez, no vocal, guitarra e teclado, Yoav Alyagon, na guitarra e bateria, e Roy Regev, guitarra e samplers) tenha se doado tão inteiramente numa viagem musical poética sem grandes pretensões. Talvez também porque essa época natalina deixe a gente com o coração danado de mole, besta besta. O fato é que gostei.

Em alguns momentos, o trio foge da linha melódica do Radiohead e traça uma sonoridade mais pop e pessoal. “Absurd”, escolhido como primeira música de trabalho, é cool, com uma leveza e sinuosidade que aproxima a banda daquilo que fez, na década de 80, o ótimo Style Council. Mais roqueiras e animadinhas, “Check Your Pulse” e “The Bullfighter” aceleram nas batidas da bateria e na distorção das guitarras, apontando talvez um caminho futuro para essa galera de Israel. A honestidade e inspiração das canções de Fix me Up, além da boa voz de Isrtael Erez credenciam o grupo, acredito, para seguir em frente e se tornar uma referência mais clara e constante nos googles da vida. No mais, o álbum me deixou uma bela impressão, um gostinho de quero mais. Experimente esse som.
Cotação: 4
Aproveite o espírito natalino:
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Ouça e veja “Full of Nothing” na interpretação visual de Bulbul Azrak: