Reservoir, pesquisei depois, é o primeiro trabalho desse grupo pilotado pelo sueco Simon Balthazar. O cantor de timbre parecido com o do cigano Zach Condon, mentor da fascinante Beirut, banda que ganhou visibilidade no Brasil graças à minissérie Capitu. Ah, o poder massificador da televisão! A sonoridade do projeto Fanfarlo, aliás, tem algumas semelhanças com a perpetrada por Condon e sua rapeize. Isso porque, como nesse caso, a turma de Londres se apropria generosamente e de forma inteligente de um instrumental diverso e vigoroso.
Pegue aí uma voz calorosa e diferente, como a do sueco Balthazar, e junte com a guitarra de Mark West, o trompete e o violino marcantes, respectivamente, de Leon Beckenham e Cathy Lucas, o baixo de Justin Finch e a bateria de Amos Mermon, todos bons instrumentistas, e você tem uma banda azeitadinha. Tempere tudo isso ainda com a produção esmerada de Peter Katis, que tem no currículo nada menos que as excelentes The National e Interpol, e aí tudo fica mais redondo. Pense em espírito de grupo, em um coletivo trabalhando afinado e apaixonadamente em torno de um projeto querido. Essa é a sensação que tive no final da apascentadora audição do disco.O debut do Fanfarlo é (desculpem, mas adoro essa palavra) orgânico. Você tem um par de instrumentos incomuns na maioria das bandas de rock – o violino e trompete –, e outros incidentais, trabalhados com precisão e a serviço de arranjos bem construídos. Repare na delicadeza de “I’m a Pilot”, que abre surpreendentemente o disco, e seu trompete melodioso contrastando com a bateria minimalista criando uma massa sonora costurada pela voz também incomum de Balthazar. Uma bela canção que emenda na melhor ainda “Ghosts”, com suas cordas dedilhadas, bateria marcial e instrumento de sopro perfeitamente coadunados.
Cotação: 5
Vê se você concorda comigo e vá:
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