
Assista ao vídeo de “Under Cover of Darkness”:
Como deglutir uma obra tão diversa e atípica, se tratando de Strokes, quanto Angles? Sob que ângulo apreciá-la? O álbum é cheio de arestas que parecem traduzir o momento musical e pessoal dos cinco músicos que o produziu. Por trás dele, como elemento invisível, há o fato dos integrantes dessa incensada banda viverem um longo e tenebroso inferno astral. A imprensa repercute há algum tempo a relação corroída de Julian Casablancas, o elegante e blasé vocalista, Nick Valensi(guitarra), Fabrizio Moretti(bateria), Nikolai Frature(baixo) e Albert Hammond Jr.(guitarra). Comenta-se que eles mal se vêem e que o último trabalho foi gerado de forma estanque, com voz e instrumentos sendo gravados em sessões separadas. Esquisito, né?

Angles chega assim desnudado, dissecado e visto, pela maioria da crítica, como uma obra “estranha” ao mundo fervilhante e quase juvenil da banda novaiorquina pré First Impressions of Earth(2006). Tem alguns momentos realmente em que o disco soa como o velho e bom Strokes, aquele de guitarras nervosas e riffs marcantes, os que mais gosto inclusive. O rock urgente está presente, sem véus nem mágoas, nas muito boas “Under Cover of Darkness”, com suas cordas pulsantes e cozinha azeitada, e na ótima e também dançante “Taken for a Fool”, com sua linha matadora de baixo e guitarra, composição que poderia fazer parte de Is This It sem fazer feio. Nas duas, o grupo faz uma música direta, pop, sem firulas ou sem o “cabecismo” oco, típico de quem quer agradar os ouvintes mais intelectualizados.

Ouça "Taken for a Fool":
Acho que toda essa pluralidade se deva a tal maturidade chegando sem apelo. E leia-se aqui honestidade e coragem de fazer aquilo que a partida banda quer na atual fase, sem muita preocupação em agradar gregos e troianos, goianos e baianos, sem concessões. Tem um pouco de cada um dos Strokes em Angles. Tem também um muito de uma banda que parece querer se reiventar, mesmo estando assim em pedaços. É um álbum franco e desigual. No que vai se transformar o Strokes depois disso? Aliás, será se vamos ter Strokes depois dessa declaração de independência chamada Angles? Como todo produto típico de uma transição, falta-lhe uma identidade, seu grande ponto fraco. Mesmo sem ser marcante, sem ser de cabeceira, é um disco respeitável. Deixemos, assim, os caras procurarem seu caminho. Sem crucificação. Devemos isso a banda.
Cotação: 3
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