Fim de ano e é aquela história: difícil fugir da listinha dos 10 melhores álbuns do ano. Como não sou de ferro, lá vai a minha. Aliás, as minhas: a gringa e a nacional, as duas sem ordem de importância. Manda a sua também, Krebão.
De fora
1.- The Last Shadow Puppets - The Age of Understatement
2.- Coldplay - Viva La Vida
3.- Fleet Foxes - Fleet Foxes
4.- Sigur Rós - Með Suð í Eyrum Við Spilum Endalaust
5.- The Kills - Midnight Boom
6.- Devotchka - A Mad & Faithfull Telling
7.- Santogold - Santogold
8.- Racounters - Consolers of the Lonely
9.- Nick Cave and the Bad Seeds - Dig, Lazarus, Dig!!!
10.- Elbow - Seldom Seen Kid
Daqui
1.- Fernanda Takai - Onde brilhem os olhos Seus
2.- Virgínia Rosa - Baita Negão
3.- Cida Moreira - Angenor
4.- 3 na Massa - Na confraria das Sedutoras
5.- Wado - Terceiro Mundo Festivo
6.- Pedro Luís e a Parede - Ponto Enredo
7.- Zeca Baleiro - O Coração do Homem-Bomba
8.- O Rappa - 7 Vezes
9.- Alcione - De Tudo o que eu Gosto
10.- Macaco Bong - Artista Igual Pedreiro
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Dias de sol

Parece que voltamos à década de 80 com seus sintetizadores pops e bateria com batidinha básica. É assim que me senti ao ouvir Perfect Symmetry (2008), o terceiro disco dos ingleses do Keane. A banda volta descaradamente ao passado sem perder a contemporaneidade. E faz um álbum bem alegre a bacana. Bom para as pistas mais descoladas e, quando desacelera, para se emocionar.
Diferentemente do que havia feito antes nos grandiloquentes Hopes And Fears(2004) & Under The Iron Sea(2006), o Keane resolveu fazer um trabalho mais dançante, que lembra o Bowie dos anos 80 e até, no que isso tem de positivo, Duran Duran. A turma usa e abusa dos sintetizadores como na música de trabalho “Lovers are Losing” e em “Spiralling”, que abrem o disco jogando o som para cima.
Os sintetizadores grudam no ouvido como os refrões. Bons melodistas, os rapazes do Keane capricharam. “Again and Again”, a mais oitentista das composições e “You Haven’t Told me Anything”, esta com um tecladinho deliciosamente brega, são das melhores da lavra do grupo. Para quem gosta de músicas mais lentas, “Playing Alone” e “Love is the End” são melodias açucaradas e ternas, com o vocalista Tom Chaplin derramando emoção sem perder a linha.
Perfect Symmetry é, sem dúvida, o melhor trabalho do Keane e um dos bons lançamentos do ano.
Cheque:
http://sharebee.com/b6e01d3e
Cotação: 4
Diferentemente do que havia feito antes nos grandiloquentes Hopes And Fears(2004) & Under The Iron Sea(2006), o Keane resolveu fazer um trabalho mais dançante, que lembra o Bowie dos anos 80 e até, no que isso tem de positivo, Duran Duran. A turma usa e abusa dos sintetizadores como na música de trabalho “Lovers are Losing” e em “Spiralling”, que abrem o disco jogando o som para cima.
Os sintetizadores grudam no ouvido como os refrões. Bons melodistas, os rapazes do Keane capricharam. “Again and Again”, a mais oitentista das composições e “You Haven’t Told me Anything”, esta com um tecladinho deliciosamente brega, são das melhores da lavra do grupo. Para quem gosta de músicas mais lentas, “Playing Alone” e “Love is the End” são melodias açucaradas e ternas, com o vocalista Tom Chaplin derramando emoção sem perder a linha.
Perfect Symmetry é, sem dúvida, o melhor trabalho do Keane e um dos bons lançamentos do ano.
Cheque:
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Cotação: 4
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Como água pra chocolate

Se você não tem preconceito com o folk descarado, deixe-se levar. A moçada do DCLC sabe fazer um bom cozido musical. A lisergia presente em músicas como "Miracle Kicker" e "Parallel Bars", onde uma guitarra repetitiva e os vocais afinados de Dan Carney, lider da banda, Giles Littleford (guitarra), Mike Cranny (baixo) e Laura Copsey envolvem completamento o ouvinte. A bateria a cargo de Chin Of Britain harmoniza-se obedientemente com a proposta zen do disco.
Em algums momentos, a turma sobe um pouquinho o tom, como na ótima "Jealous Enemies", com a delicada voz de Laura Copsey sobressaindo-se magicamente. Em todas as composições, as cordas de Carney e Littleford emolduram onipresentemente as melodias. A introdução de "Circles", por exemplo, e, principalmente, de "Remote View", a mais bonita do disco, deixam bem claro o domínio das guitarras e violões com acento folk. De chorar pela pungência. Uma bela estréia que aponta prum claro futuro.
Dê uma alô ao capitão:
http://sharebee.com/05e165c7
Cotação: 4
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Sou umbigo

O resultado dessa espera não é exatamente revigorante. Com Sou, Marcelo Camelo faz um trabalho refinado e em tom menor, sem arroubos criativos e na direção do umbigo do artista. Muito calminho o disco, que chega a remeter, em alguns momentos, a música de ninar, como é o caso das versões instrumentais de “Saudade” e “Passeando”. Trilha sonora para dias calmos e de coração aberto. Com se um filme zen passasse em frente de nosso olhos.
Sou é uma espécie de continuação, tirando todo o apelo radiofônico, do já em câmera lenta 4, último trabalho dos Los Hermanos. “Téo e a Gaivota” é, por exemplo, uma composição serena, com ecos orientais, e carregada de deliciosas obviedades na letra, como na hora em que diz que “todo ser humano pode ser humano”. A atmosfera lenta é devidamente reforçado pelo acompanhamento dos paulistanos, endeusados no underground, do Hurtmold, um dos acertos do álbum.
Desacerto foi a escolha de Mallu Magalhães, com sua vozinha miúda, para cantar a linda “Janta”, uma balada açucarada que desanda com a participação da moçinha. Mas, Camelo volta a ganhar pontos com a abolerada “Doce Solidão”, talvez a música mais encantadora de Sou, com seu pegajoso assovio no início e uma grande melodia. O disco falha, contudo, no excesso de melaconlia e intimismo, uma opção do artista, que torna a audição letárgica. Sobrou coração e faltou pulsação.
Sinta toda a história:
http://w15.easy-share.com/1701729826.html
ou:
http://www.filefactory.com/file/47609e/n/MC_Sou_www_baixemusicascompletas_blogspot_com_rar
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Cotação: 3
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Tiro n’água

A decepção que The Economy of Sound me trouxe se repete em Day & Nightdriving (2008), o sexto disco lançado tempos depois que o Seven Mary Three colocou as barbas de molho. A parada estratégica não ajudou muito o grupo que já vinha produzindo um trabalho pífio. Em 2001, Jason Ross, o vocalista com timbre parecido ao de Eddie Vedder, o post-hippie do Pearl Jam, já não contava com o companheiro Jason Pollock, colega de universidade e parceiro de composições. O último CD parece ressentir-se dessa parceria e, pior ainda, de boas idéias.
Falta a Day & Nightdriving a jovialidade garageira que acompanhou a banda em seus trabalhos dos anos 90. Tudo bem que os músicos amadureceram, não têm as mesmas preocupações e inquietudes, mas bem que poderiam ter mantido a verve roqueira que conquistou muitos fãs, principalmente nos Estados Unidos. Sem gás, o grupo parte para um lado mais country, alt-country para ser mais honesto, como antevê a capa do disco. Caso das chatinhas “Dreaming Against Me” e da mela cueca “Strangely at Home Here”.
Mas, ainda há ecos do bom rock da banda, ainda que tímido, na boa “Last Kiss”, com seu refrão engenhoso, e na lenta e bonita “Hammer and a Stone”, que lembra a cultuada banda American Music Club. Raros momentos em que a voz abençoada de Jason Ross encontrou criações a altura de sua potência. Ainda não foi dessa vez que o Seven Mary Three voltou às graças com o seu público. A gente espera a próxima tacada.
Se quiser, vá:
Cotação: 2
domingo, 12 de outubro de 2008
Tambores de guerra

http://w13.easy-share.com/1701795988.html
ou:
Cotação: 4
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Margot gosta de complexidade

Em Not Animal(2008), um dos álbuns do último projeto do grupo, que conta com um lado B, o vinil Animal, Margot, aprofunda sua música emocional e barroca. Antes havia lançado apenas o disco The Dust of Retreat (2006) sem muita repercussão. No meio do caminho entre o pop e o indie cabeça, o trabalho mais recente busca coesão. E quase chega lá. Excetuando as derrapadas, como nas poucas inspiradas "Hello Vagina" e "As Tall as Cliffs", o trabalho tem lá sua solidez, com composições boas de ouvir com um headphone de qualidade, para buscar os barulhinhos e detalhes dos arranjos.
A complexidade dos arranjos, bem costurados, está presente na orgástica "Cold, Kind and Lemon Eyes", que começa sussurrante, com instrumentação tímida, até ganhar contorno épico do meio em diante tirando o ouvinte do eixo. Repare na surpreendente orquestração de violinos em perfeita harmonia com uma guitarra mais pesada e no coro suave. Fascinante.
Outro bom exemplo da consistência musical de Not Animal está em "A Childrens Crusade on Acid", de melodia climática e que lembra um pouco Radiohead pré Ok Computer e na bacanuda "Page Written on a Wall", com inserção de metais com influências mexicanas, microfonia e vocal desesperado que resumem bem a inquietação criativa do grupo. Pretensões de lado, dê ouvidos a Margot. Vale a pena.
Arrisque:
http://rapidshare.com/files/151379070/MATNSAS_Vic.zip
Cotação: 3
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Esquenta

Mas, felizmente, essa guinada para o dance/ eletrônico também suaviza os gritos do vocalista e, ao mesmo tempo, não exclui por definitivo o lado mais energético e arrebatador da banda. Prova disso é a seqüência das três primeiras faixas do disco: a matadora “Tick Tick Boom”, a excelente “Try It Again” (com seu corinho de backing vocals) e a dançante “You Got It All...Wrong”. Depois ainda tem “Hey Little World” (muito boa), “Return The Favour” (bacana), “Square One Here I Come” (com seu riff básico e eficiente de guitarra) e “You Dress Up For Armageddon” e “Well Alright” (parecem com The Fratellis).
Bom show a quem for hoje no Arena! Enquanto isso:
http://www.zshare.net/download/182393590a836ad1/
Cotação: 3
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Novidade?

E lá se vão 11 (!!!) anos desde o lançamento de Urban Hymns e do grande sucesso “Bitter Sweet Symphony”... Não sei exatamente o por quê, mas sempre achei um saco essa música, e isso acabou me fazendo torcer o nariz para o Verve. Quando conheci “Sonnet”, “Lucky Man” e “The Drugs Don´t Work”, do mesmo disco, diminui minha repulsa e fui conhecer um pouco mais da banda, mas não adiantou muito, pois, pra mim, Verve vai ser sempre sinônimo de músicas enjoativas, loooongas, quase sonolentas. É o caso, por exemplo, da quase hipnótica “Numbness”, uma das faixas de Forth (2008), que marca o retorno da banda após nove anos de separação.
Apesar disso, “Valium Skies” se salva, pois termina antes que comece a ficar chata. “Rather Be” tem uma melodia interessante. Algumas músicas destoam do estilo de som da banda, como “Love Is Noise”, com sua levada meio dançante, e a pesada “Noise Epic”. Já na faixa bônus “Chic Dub”, o Verve arrisca um leve dub, que tem tudo a ver com o estilo viajandão da banda. Ah, e “Judas” vai indo bem até quase o fim. No mais, nada que me empolgue, nem que lembre as melhores do Urban Hymns, citadas anteriormente.
Boa sorte:http://www.mediafire.com/?sharekey=10264b26e89b42d6ab1eab3e9fa335ca82d4d0253b95b0ba
Apesar disso, “Valium Skies” se salva, pois termina antes que comece a ficar chata. “Rather Be” tem uma melodia interessante. Algumas músicas destoam do estilo de som da banda, como “Love Is Noise”, com sua levada meio dançante, e a pesada “Noise Epic”. Já na faixa bônus “Chic Dub”, o Verve arrisca um leve dub, que tem tudo a ver com o estilo viajandão da banda. Ah, e “Judas” vai indo bem até quase o fim. No mais, nada que me empolgue, nem que lembre as melhores do Urban Hymns, citadas anteriormente.
Boa sorte:http://www.mediafire.com/?sharekey=10264b26e89b42d6ab1eab3e9fa335ca82d4d0253b95b0ba
Cotação: 2
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Esquentando a festa

O punk dessa turma com um jeitão, cá pra nós, meio indie está bem traduzido logo na música que abre o disco, a deliciosa “Network! Network! Network!”. Em “A Simple Hypothetical” acertam na veia e são mais fiéis ao estilo que representam, com direito a gritinhos, acordes repetitivos e bateria no talo. Ao lado de “Pregos Triangolos”, essa bem menos previsível e com um dueto vocal desleixado, é das melhores do álbum.
O trio prefere, contudo, em This is My Ship assumir um lado descaradamente pop, como fica claro em “Once, Twice, Again!”, que os aproxima, só para comparar, do Offspring, e em “Cold Holidays”, que tem a mesma fervura de bandas como a cult 311, buscando outra comparação mais acessível. Dart! fez um trabalho ok e potencialmente radiofônico. Mas, essa turma pode mais. E conto fervorosamente com isso.
Querendo, vá de:
http://rapidshare.com/files/37462283/D-TIMS.zip
Cotação: 3
sábado, 16 de agosto de 2008
White Stripes ao contrário

Quando estava garimpando na net algo para postar no Todoouvido me deparei com o Blood Red Shoes, banda inglesa que lançou em abril de 2008 seu primeiro disco, Box of Secrets. De imediato fiquei curioso com os comentários de que a banda era um “White Stripes ao contrário”, no caso uma mulher na guitarra/vocal (a gata Laura-Mary Carter) e um homem na bateria, Steven Ansell, que reveza os vocais com a beldade citada.
As comparações com os Stripes se restringem à troca de posições dos músicos – e isso faz toda a diferença: Ansell marca o ritmo das músicas, tocando sua bateria rápido e forte, algo inimaginável para a fraquinha Meg, batera dos Stripes. É só ouvir a pulsante “I Wish I Was Someone Better” (a melhor do álbum) e a ótima “Its Getting Boring By The Sea”, ambas prontinhas pra animar uma festa. Na guitarra, Laura não tem os dedos virtuosos do líder dos Stripes, Jack White, mas completa direitinho o som que o Blood Red Shoes se propõe a fazer: um indie-rock vibrante, sem baladas.
A única ressalva a fazer é quanto ao final de algumas músicas: a esperta “You Bring Me Down” e a bacana “Take The Weight” poderiam ser mais enxutas nos vocais, que acabam ficando enjoativos e chateiam um pouco no final. Já em “ADHD”, Laura poderia gritar um pouco menos - coisa que ela não faz em “This Is Not For You”, e deixa o vocal mais suave. Mas, é provável que isso seja preciosismo de minha parte, pois no geral a dupla inglesa fez uma boa estréia. Aliás, uma curiosidade sobre o nome da banda, que foi tirado de um musical de Ginger Rogers e Fred Astaire: nele, Rogers torna um par de sapatos brancos em vermelho, com sangue, resultado de sua constante prática da dança. Então, que tal ver se os Blood Red Shoes fazem jus ao nome?
http://www.mediafire.com//?sharekey=10264b26e89b42d6ab1eab3e9fa335ca67ba8cfd3ec86006
Cotação: 3
Trio de elite

O último disco do Chin Chin já começa esfuziante na fantástica “Miami”, com seus breques jazzísticos, e emenda com a cool mas não menos dançante “Apettite”. O disco continua animado com “You Can’t Hold Her”, com percussão tribal e com eco mais roqueiro na ótima "Curtis", que lembra um pouco o ótimo Daft Punk. Em poucos momentos, pendem para a eletrônica, como em “Dontchuse", mas o melhor é fica com a pegada funk vintage de “Where is my Time”.
Chin Chin bebe da mesma fonte alternativa com formação requintada de grupos como o possante TV On the Radio. A cena novaiorquina aliás sempre foi uma das mais interessantes quando se procura um som mais robusto, com referências musicais mais pesquisadas e radicais. O power trio é formado por Wilder, vocal(aliás, bem afinado), o DJ Torbitt, na bateria, e Jeremy, na guitarra. Guardem esses nomes e se deliciem com o novo petardo da turma.
Bom apetite:
http://rapidshare.com/files/52305807/ChChCC07.rar (obs: copiem colem este link que funciona!)
Cotação: 4
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Pausa pro barulho do mundo
Prezada galera,
Sei que o blog anda meio devagar. Na verdade, devagar quase parando. Coisas da vida. É que tou no norte, trabalhando pesado em outra frente. E isso me deixou com pouco tempo para ouvir música e escrever, enfim, meus despretensiosos textos. Nesse exato momento sinto uma imensa saudade de falar sobre música. Sem puder fazê-lo, só me resta contentar com o barulho impreciso do mundo. Ainda bem que isso também, em alguns momentos, também é música. Até a volta. Prometo me entupir de som bom e recuperar o tempo perdido.
Sei que o blog anda meio devagar. Na verdade, devagar quase parando. Coisas da vida. É que tou no norte, trabalhando pesado em outra frente. E isso me deixou com pouco tempo para ouvir música e escrever, enfim, meus despretensiosos textos. Nesse exato momento sinto uma imensa saudade de falar sobre música. Sem puder fazê-lo, só me resta contentar com o barulho impreciso do mundo. Ainda bem que isso também, em alguns momentos, também é música. Até a volta. Prometo me entupir de som bom e recuperar o tempo perdido.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Muito prazer, Mr. Darnielle

Heretic Pride é um discaço. Darnielle, ao lado do baixista Peter Hughes e do baterista Jon Wurster, lembra, às vezes, Lou Reed, quando este resolve contar histórias. Caso da espetacular “In the Craters of the Moon”, introduzida por um teclado e com levada bem dançante, com o vocalista rasgando o verbo e a voz. O grupo deixa aliás o lo-fi, uma de suas marcas, de lado para fazer um álbum animado. Vide as ótimas “Lovecraft in Brooklyn”, com sua guitarra matadora, e “Sept. 15th 1983”, com tempero reggae.
O disco baixa o tom sem perder a graça com canções mais suaves e melodias extremamentes hábeis, como “San Bernardino”, toda desenvolvida com um arranjo apenas de cordas e voz, e “Autoclave”, diáfana e amansada ainda mais por uma linda e econômica voz feminina. Dizem os entendidos em Mountain Goats que essa é uma das obras mais palatáveis da banda. Para mim, Heretic Pride, meu primeiro contato com essa moçada, é um grande lançamento que abre as portas da percepção para um artista inteligente e criativo. Só tenho a dizer: muito prazer, Mr. Darnielle.
Vá à luta:
http://www.mediafire.com/?bm4in012aoy
ou:
http://www.mediafire.com/download.php?4wwokzb3xjt
Cotação: 5
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Wado na cabeça

Wado é desses caras antenados com o mundo moderno, que belisca aqui e ali as linguagens da música eletrônica sem nunca perder de vista a brasilidade e o batuque. E isso a ponto de criar uma música orgânica com marca e tudo. Sua marca, o piano e guitarra que pontuam as melodias e a percussão leve, bem próxima da velha batucada de arquibancada de estádios, dizem mais uma vez presente nesse seu quarto trabalho.
Menos sombrio do que o disco anterior, a Farsa do Samba Nublado(2004), este Terceiro Mundo Festivo está mais suingado, com temas mais felizes, mas sem perder o engajamento jamais. Caso da “Revolução pelo Ar”, cuja letra defende a “Reforma Agrária no Ar” via rádios comunitárias, embalada por uma melodia funkeada, outra das marcas registradas de Wado. Boa pra dançar é também a sacana e desavergonhada “Teta”, com refrão que vai fazer corar os mais pudicos: “Ta guardado pra você amor, aceite/Ta guardado pra você, amor, o leite”.
A inteligência das canções pode ser percebida nas melodias envolventes e boas sacadas poéticas da grudenta “Fortalece Aí” e “Fita Bruta”, que revelam Wado em plena forma musical. Um grande disco pra acordar aqueles que se sentem órfãos da MPB vibrante e instigante.
Vá lá:
Cotação: 4
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Língua afiada

A boa produção atual de MPB é pouco conhecida. Mas, muita gente bacana vem renovando os quadros, fazendo música de respeito. Um dos bons novos nomes é o de Kristoff Silva, que lançou recentemente Em Pé no Porto(2008). Esse norte-americano que veio para o Brasil com nove anos e fixou-se me Belo Horizonte se considera brasileiríssimo. Ouvindo o álbum não há como negar isso. Melhor ainda é perceber em seu trabalho um cuidado com as composições, com as melodias e arranjos que fazer desse seu segundo disco mais do que uma gratíssima surpresa.
No transcorrer de Em Pé no Porto, Kristoff mostra sua reverência ao bom português. Aqui, leia-se letras trabalhadas, com rimas ricas e quentes. Ele reverencia a língua de Camões como também as influências que dão conteúdo e consistência à sua MPB. Gente como o parceiro Luiz Tatit, Itamar Assumpção e Zé Miguel Wisnik, bambas paulistas da área, entre outros.
A intimidade com a língua e a paixão pelas influências estão explícitas, por exemplo, em “As Sílabas”, onde Kristoff brinca deliciosamente com a musicalidade do português: “Tem sílaba com “S”, não sobe não desce/ Tem sílaba que leve oscila e cai como uma luva na canção”. O canto falado de Tatit, que participa do disco em uma das faixas, transparece na ótima “Lig”. A melodia rebuscada típica de Wisnik ecoa em canções como “Em Pé no Porto” e “O Prazer”.
Como se não bastasse, Kristoff ainda se cerca das presenças luminares das grandes Ná Ozzetti e Jussara Silveira, que participam marcantemente do disco. Um dos grandes lançamentos de MPB do ano. E o rapaz ta só começando.
Vá, sem preconceito:
http://lix.in/5f7ae425
Cotação: 4
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Pérola desconhecida

Esse som “muito doido” era de um cara chamado John Matthias, um amigo britânico (acredito que essa seja a sua nacionalidade) de Thom Yorke, cabeça da banda Radiohead, com quem tocou em The Bends(1995). As 12 canções de Stories from the Watercooler(2008), contudo, nem são assim tão “doidas” como definiu meu caro Makoto. Mas que o cara sai um pouco do lugar comum, isso ninguém pode negar. Mas, não se assuste, isso nada tem a ver com a praia do experimentalismo.
Matthias é um representante do folk que não se apega exclusivamente ao violão acústico. Em seu terceiro álbum, há exemplos legítimos do que há de mais tradicional nessa escola, como na tocante “Open”, com direito inclusive a uma cândida flauta, e na bela e serena “It's Not”. Mas, onde o músico, de boa voz grave, impressiona mesmo é quando insere suaves programações eletrônicas que encorpam canções já melodicamente parrudas, como são os casos de “Police Car”, com um arranjo de instrumentos incidentais enraizado no contraponto e, principalmente, em “Blind Lead the Blinder”.
A mistura equilibrada se faz ainda presente em outros grandes achados, como “King of a Small Town”, cujo andamento lembra “Clint Eastwood”, do Gorillaz, um tom mais abaixo, ou na roqueira e raçuda “Spinnaker”. Depois de três discos lançados lá fora no mercado, com esse grande Stories from the Watercooler, tá na hora de Matthias aparecer definitivamente para o mundo.
Veja se você concorda comigo:
ou
também:
por fim:
Cotação: 4
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Trilha sonora empolgante

Por trás do The Last Shadow Puppets estão Alex Turner, vocalista e compositor do Artic Monkeys, o amigo Miles Kayne, do The Rascals, e ainda James Ford, do Simian Mobile Disco, que assume a bateria, e Owen Pallet, do Arcade Fire, autor dos belos arranjos. Essa turma boa e talentosa partiu para um trabalho requintado, cheio de referências dos anos 60 e de trilhas sonoras, com muita orquestração e criatividade.
Pois é, quem está acostumado a Artic Monkeys vai ter um travinho ao ouvir este The Age of The Understatement. Mas, se permita mergulhar no universo proposto no disco, que passa inclusive pela grandiloqüência das trilhas assinadas por Ennio Morriconi para o gênero western spaghetti, como na ótima música que dá título ao trabalho e em “Only The Truth” com sua orquestração carregada. E por falar em filme, “In my Room” parece ter saúdo direto dos filmes de 007, daqueles que tinham ainda Sean Connery como astro principal.
Aliás, os violinos marcantes em perfeita harmonia com as guitarras e bateria marcial são um show a parte nesse disco com arranjos inteligentes e estética old fashioned. Em alguns momentos lembram até The High Llamas, como nas sofisticadas “Black Plant” e “Meeting Place”. Mais anos 60 impossível. Vale a pena ver esse filme. Sério candidato a um dos melhores do ano.
Para sentir na pele, vá:
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Glam comedido

O disco do vocalista do Suede não tem aquela tintura glam e de exagero que fez deste grupo adorado na década 90 a ponto de ter o trabalho comparado ao do camaleônico David Bowie. Este solo de Anderson é mais calminho, beirando a melancolia. Está mais para, em alguns momentos, os épicos que Morrissey tentou construir depois que saiu do Smiths. É o caso por exemplo da linda “Love is Dead”, que começa com cordas em ebulição e segue com o exercício vocal emotivo do cantor.
Essa tendência ao teatral, ao grandioso pode ser visto também noutra bela canção, “The More We Possess the Less We Own of Ourselves”, com abertura que mais parece ter saído de uma ópera de Puccini. É o novo “glam” de Anderson. Tudo no disco vai no vácuo do comedido, da voz do cantor, antes mais desbragada, até as canções suaves e não tão empolgantes como “One Lazy Morning” e “Intimacy”. Ecos do Suede podem ser ouvidos na mais rocker “Dust and Rain”, com sua guitarra e andamento mais nervosos.
Mas, o belo timbre de Anderson e pérolas como a impactante “To the Winter”, uma balada que já considero clássica e quase me faz chorar, tornam esse álbum uma obra para se ter em qualquer coleção.
Vá sem medo:
http://www.4shared.com/file/46408098/375ce037/2007.html
Cotação: 4
Essa tendência ao teatral, ao grandioso pode ser visto também noutra bela canção, “The More We Possess the Less We Own of Ourselves”, com abertura que mais parece ter saído de uma ópera de Puccini. É o novo “glam” de Anderson. Tudo no disco vai no vácuo do comedido, da voz do cantor, antes mais desbragada, até as canções suaves e não tão empolgantes como “One Lazy Morning” e “Intimacy”. Ecos do Suede podem ser ouvidos na mais rocker “Dust and Rain”, com sua guitarra e andamento mais nervosos.
Mas, o belo timbre de Anderson e pérolas como a impactante “To the Winter”, uma balada que já considero clássica e quase me faz chorar, tornam esse álbum uma obra para se ter em qualquer coleção.
Vá sem medo:
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Cotação: 4
terça-feira, 24 de junho de 2008
Tempero do passado
O disco foi editado pela mesma gravadora que apadrinhou o Panic! at the Disco e o Fall Out Boy, o que faz muita gente pensar que o The Hush Sound soe parecido com aquelas duas bandas fraquinhas que fizeram sucesso em todo o planeta. Mas, não é bem por aí. Ainda bem. Goodbye Blues tem mais consistência e referências culturais que credenciam o quarteto de Chicago, um dos melhores palcos da música negra dos Estados Unidos, a ser ouvido com atenção.
E não é só porque flerta com uma sonoridade com tintura jazzy, como as ótimas “Honey” e “Medicine Man”, que abrem magistralmente o disco, depois da melancólica “Intro”, todas abusando de um piano pop e que descamba em certos momentos para o vintage, que essa galera se mostra uma boa promessa. É porque, também, dosam essa influência com um indie-pop mais descarado, como acontece com as boas “As You Cry” e “Hospital Bed Crawl”.
A seu favor, The Hush Sound tem principalmente a voz de Greta Salpeter, que inclusive comanda garbosamente o notável piano. De registro agudo e muito afinada, essa menina é a alma da banda. Sinta a intensidade da cantora em “Break the Sky” e tire a prova dos nove. Infelizmente, o álbum peca pela pretensão. Salpeter disse que cada música ali era para ser vista como “uma pequena obra de arte”. Bobagem. Eles podem até ter amadurecido na terceira cria, como já foi notado, mas a sensação de cansaço criativo em algumas canções e a forçação de barra em outras, como na instrumental “Six”, não os coloca , ainda, no patamar de grandes artistas.
De qualquer forma, confira:
http://rs257.rapidshare.com/files/103573313/musiteka-adiosalosblues.rar
Se não deu, tente:
http://www.mediafire.com/?h1dmdus2dgt
Cotação: 3
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