Cotação: 3
sábado, 31 de maio de 2008
Sem sair do quintal
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Duo descarado
O som de estréia da banda é considerado por muitos como indie rock. Mas, vai além disso, fugindo de enquadramentos mais caretas. É que os indelicados atiram para muitos lados. Tem desde o indie puro, com melodias alegrias, como em “Our Daughters will Never be Free” e “Julia We don’t Live in the 60’s”, até o rock desencanado e dançante de "The Last Significant Statement to Be Made in Rock 'n' Roll", passando pela mais hard “America”, com seu refrão ganchudo, e a delicadeza art-rock de "New Art for the People", com maravilhosa melodia.
Essa infidelidade a um gênero musical não tira, como poderia ter acontecido, a organicidade do trabalho. E isso é ajudado pela opção do duo de cantar parte das canções separadamente (em algumas delas exercitam um dueto), reforçando a graciosa diversidade sonora de American Demo, com destaque para a afinação de Julia. Sem querer ser indelicado, essa dupla, com suas melodias inteligentes e atitude musical, bota pra f...
Parta pra cima:
http://www.badongo.com/file/9586762
ou
Anestésico sonoro
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Rock como prato principal
E rock and roll é o suculento prato principal de Momofuku. O rock de arena “Go Away” é descaradamente básico, com tecladinho à la anos 70 e guitarra pulsante. E o bom e velho ritmo continua comendo solto na primeira parte do álbum com a animada “No Hiding Place” e a excelente “American Gangster Time”, com instrumental despachado e vibrante. Mais adiante, Costello ataca com um som mais pesado na fantástica “Stela Hurt”, um dos pontos altos do trabalho. Mas, para quem prefere o cantor da fase mais cool, ele adoça os ouvidos com a linda "Flutter and Wow", a jazzística "Mr. Feathers" e a balada sensual "Harry Worth".
Pena que Costello não chutou o balde de vez atacando somente com seu rock matreiro e disfarçadamente despretensioso. Mas, essa cafungada no passado já faz desse um disco raro, delicioso e potente. Elvis é f...
Tente:
http://www.mediafire.com/?0j3jgwrjhum
Cotação: 4
Caminho torto
“Naked and Red”, a primeira música do disco, já é sintomática. Com guitarras pesadas, bateria acelerada, a composição começa mais palatável para terminar numa apoteose raivosa do vocalista e dos instrumentos. O restante do álbum radicaliza um pouco mais em sua irruquieta excursão sonora. É recheado de tensões e distensões, com muitas cordas distorcidas e um certo inconformismo musical, o que dificulta a classificação de Plunder, Beg and Curse e o torna um trabalho que exige várias audições para se situar na mente da galera.
Não raro, os andamentos das músicas, a princípio convencionais, acabam surpreendendo lá na frente, como em “A Siren”, uma das melhores do disco, um indie mais suave que se transfigura numa canção gritada e explosiva e na não menos irrequieta “Swamp”. Em outros momentos, como em “Elegant View” e “Ageless Everytime”, o grupo se utiliza de um ritmo mais low-fi e com instrumentação dissonante para criar um clima de desolação, estranheza e desespero. Esses meninos, tenham certeza, têm algo a dizer.
Vejam se vocês concordam:
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Cotação: 4
terça-feira, 27 de maio de 2008
Combustível para a alegria
A quase dance “Number One”, música de trabalho de Reveries(2008), debut dos suecos, já anuncia a disposição dessa moçada de animar o ouvinte. Pra cima, do começo ao fim, o álbum passeia, sem medo de ser feliz, entre o dance, o synth-pop e o indie-pop. “Disappear” é um electro envolvente com direito até a castanhola no refrão. “Sunset Boulevard” é trilha sonora perfeita para manhãs ensolaradas, com sua elevada carga romântica e incurável, entendam, “brejeirice”.
Já “Runaway to Elsewhere” é uma música instrumental que aproximam Pacific! dos franceses do Air, com quem são muitas vezes comparados. Mas, não levem essa identificação muito a sério. A banda aqui em questão é menos densa e pretensiosa, apostando numa levada mais lúdica, como pode ser percebida na deliciosa “Hold Me”, um indie-pop-descarado.
Nem pensem em Pacific! para animar granes festas racha-assoalhos, mas, com certeza, o bom som que fazem cabe muito bem numa reunião como um belo combustível para um desejado e delicioso encontro alto astral entre amigos. Bem legal!
Ponto pacífico para a alegria:
http://www.mediafire.com/?iwyocgrd1m7
segunda-feira, 26 de maio de 2008
No meio do caminho
Faltava o famoso segundo álbum para confirmarem o talento. Mas, Emergency(2008), com lançamento mundial marcado para este 26 de maio de 2008, não veio com o gás ensaiado por esses ingleses aloprados em sua estréia. Uma pena. Mas, mesmo assim não é um álbum de se jogar fora. Há boas idéias e uma jovialidade que valem ser citadas.
Mais bem produzido que o primeiro trabalho da turma, Emergency até que abre empolgante. “This is an Emergency” traz guitarras vibrantes e andamento que faz os pezinhos baterem irrrequietos no chão. Strokeniana e boa de pista, a segunda música, “I’m Not Gonna Take This” parece anunciar um disco coeso e matador.
Contudo, a alegria e eletricidade se perde entre uma ou outra balada sem graça, como é o caso de “Nothing to Do with Tou”. O bom pique e inspiração retornam mais tarde com "Love you for a Day(Hate you for a Week)", uma das melhores do discos. A sensação final, contudo, é que sem os brilhos dos congêneres citados no primeiro parágrafo, os “pombos detetives” precisam abrir mais as asas para alçar um vôo realmente convincente.
Dito isso, experimente:
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Cotação: 3
Discurso afiado
Depois do fim do Karnak, Abujamra lançou o ótimo O Infinito de Pé(2004) e agora, de forma independente, um álbum de nome esquisito: Retransformafrikando(2008). Neste último, ele carrega as mesmas preocupações éticas e estéticas. Estão aqui o bom humor de sempre e o texto direto, como em “Pangea”, em que ele lembra, para expurgar as diferenças, que a terra era um grande continente colado : “Angola, Senegal, coladinho no Candeal”, brinca. África em nós retransformada.
No álbum, Abujamra continua buscando referências da música do planeta. Há sons indianos, como na provocativa “Melhor é Menor”; há tambores e vozes africanas que remetem ao grupo vocal Ladysmith Black Mambazo, que Paul Simon fez conhecido em todo planeta no disco Graceland. Enfim, uma miscigenação muito própria de estilos, culturas e homenagens como em “Babaloo”, na qual cita o hit da nossa Ângela Maria, que torna o trabalho uma salada sensorial.
Homem do Brasil. Homem do mundo. Esse é Abujamra. E se Retransformafrikando não tem o vigor de seu álbum solo anterior, ainda assim é uma obra para se ouvir com atenção. Afinal, pode ter certeza, com aquele bom paulista você sempre aprende algo.
Retransformafrique-se:
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Cotação: 3
sábado, 24 de maio de 2008
Lirismo acachapante
Cotação: 5
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Sem Hoon, mas com rumo
Conecei a ouvir o disco For my Friends(2008) e as duas primeiras músicas só frustraram minhas expectativas de um trabalho que pudesse lembrar ao menos de longe uma das boas bandas da década de 90. Estava claro, já nos primeiros acordes de “Wishing Well” a intenção do grupo de tentar continuar onde parou. Mas, o vocal de Warren pendulando entre o registro suave e o mais rouco, lembrando às vezes um Perry Farrel, do Jane’s Addiction, dopado, nos faz ter saudade de Hoon do primeiro disco (“Blind Mllon, de 1992, que reouvi saudoso esses dias), antes dele se entupir de drogas.
Mas, como a esperança é a última que morre, segui ouvindo For my Friends. E, para minha grata surpresa, a banda mostrou vigor e inspiração inesperadamente nas músicas mais lentas, na contradança dos discos básicos da galera que apostavam num rockão mais pesado e sem firulas na linha de Grateful Dead. Do meio para diante, a bela “Last Laugh”, com bons solos de guitarras, e as excelentes “Tumblin Down”, com um diálogo entre teclado e guitarras bem legal, e “Sometimes”, com refrão matador, valem o disco.
Ah, observem como o álbum abre espaço generoso para as guitarras, característica indelével da banda. Sem mais delongas, vá:
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ou
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Cotação: 3
Cabeçudos desafiadores
Uma banda emblemática desse segmento é a dinamarquesa Efterklang. Esse coletivo cabeçudo nascido criado em Copenhaguen, lançaram recentemente o álbum Parades(2007), o terceiro da carreira. É um trabalho denso, para ouvidos que gostam de um bom desafio. Ai você pensa: a tradução disso é mais um disco chato de doer. Na verdade, a audição desse trabalho depende de uma boa dose de paciência.
Com muita calma você poderá sentir a beleza de Parades. São onze canções etéreas, viajandonas, camerísticas. O coletivo está sempre acompanhado de instrumentos poucos usuais no mundo pop, como cello, trompete, violinos, tambores para criar uma cama sonora que ousa nas tonalidades e arranjos para chegara uma música espiritual, quase celestial. Para isso, se apóiam ainda em camadas de coros com vozes masculinas e femininas bem departamentalizadas e que fazem de músicas de nomes diferentes como “Frida Found a Friend”, “Him Poe Poe” e “Mimeo” pequenos pérolas.
Para começar de leve, vá primeiro de “Cutting Ice to Snow” e “Polygyne”. Músicas delicadas para se elevar.
Desafie-se:
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Cotação: 3
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Energético global
Um deles, o ADF, acaba de lançar Punkara(2008). Nada de muito diferente do que o combo já fez até agora, mas ainda assim um álbum acima da média e com o vigor típico daquela galera. Estão lá as letras politizadas, os instrumentos indianos que caracterizam bem o som, como cítaras e flautas, a influência do punk, do ragga e da eletrônica. Tudo muito bem dosado, mas sem a inspiração dos dois, para mim, melhores trabalhos da banda: Rafi’s Revenge(1998) e Community Music(2000).
Apesar disso há o brilho sonoro do bom e velho ADF em composições como “Superpower”, com a clássica forma de cantar indiano, que lembra um lamento, abrindo a música, na mais pesada “Target Practice”, com sua guitarra raivosa, e, principalmente, na irresistível e dançante “Burning Fence”, com o ragga comendo solto, e no quase reggae “Ease up Caesar”, com sua levada mais pop e refrescante.
Ouça com atenção ainda “S.O.C.A”, um bacanudo instrumental que, num certo momento tem uma leve semelhança com a guitarrada paraense e o carimbó, num desses crossovers que este mundo, vasto mundo, deliciosamente permite. Sou suspeito pra falar de Asian Dub Foundation, mas como fã de carteirinha, aprovei o disco. Esse sound system é f...
Aí Krebão, vê o que você, fã confesso que nem eu daquela moçada, acha:
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ou:
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Cotação: 3
Camille Camille
Camille é compositora da maioria das músicas que canta. Destemida criadora. Em Music Hole, o que se vê é música de vanguarda, sem os excessos e chatices que costumam delinear este segmento. Ousada e corajosa, a bela francesinha segue o rastro deixado pelo anterior Le Fil(2005). Com ela, pensamos: o que pode a voz humana?
Music Hole é um playground sonoro, onde Camille experimenta com muito talento e sensibilidade a extensão de sua voz, muitas vezes sobrepostas, e com a colaboração de coros afinados. Os ousados arranjos vocais são privilegiados a ponto de alguns vezes você não perceber os instrumentos, quase sempre minimalistas e coadjuvantes nessa história toda.
Não é um disco fácil este, mas uma audição mais cuidadosa fará com que o ouvinte perceba toda a delícia do que é proposto pela artista, como um, desculpem o lugar comum, bom vinho que é degustado com vagar e muito prazer. Destaque para “Gospel with no Lords” na qual mistura sua língua pátria com o inglês, que aliás é a base do álbum; “Cats and Dogs”, onde ludicamente permeia uma bela melodia com sons imitando a bicharada, experimentalismo que lembra, em alguns momentos, a grande Kate Bush; e a linda “The Monk”, sem letra e que mostra todo o alcance vocal da cantora. Por tudo isso, só tenho que agradecer: valeu pela dica, queridíssima Leilane.
P.S.: Reparem Também no samba torto que é “Canards Sauvages”, que conta com a participação especial dos brasileiros do Barbatuques, que fazem som com batidas no próprio corpo.
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Cotação: 4
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Acertos aos montes
Não sei se nos álbuns anteriores, o duo Dan Auerbach(voz e guitarra) e Patrick Carney(bateria) exercitou a mesma levada de som retrô que os aproximam de Led Zeppelin e, lembrando nomes mais recentes, The Black Crowes e Kings of Leon. O fato é que, em Attack & Release, esses norte-americanos de Ohio fazem um rock-blues competente e de alta voltagem.
Essa competência se deve em parte ao vozeirão de Auerbach e sua guitarra afiada, ao acompanhamento afinado da bateria de Carney e, muito também, pelas composições bem sacadas. As músicas transitam pelos rockões básicos, como na fantástica “I Got Mine”, com um riff que remete a "Manic Depression", da lenda Jimi Hendrix, e na lenta e hipnótica “Psychotic Girl”, com um piano e coros pra lá de sensuais, ou enveredam pelo blues rasgado, como na linda “Lies” e pelo country sofisticado em “Remember When (Side A)”.
Tudo isso, me fez acreditar que Attack & Release e seus acertos é um dos grandes álbuns do ano até este maio. Para figurar no meu Top 10. Sem pestanejar.
Confira:
Volta triunfal
Quando ainda tentavam subir à tona e ganhar oxigênio no final da década passada, eles sucumbiram ao tentar tirar uma casquinha da onda eletrônica, patinando numa entressafra criativa, lançando o pífio Milionaires(1999) e o subestimado Pleased to Meet You(2001). A banda tirou umas longas férias, para voltar sete anos depois com o rejuvenescedor Hey Ma(2008).
Hey Ma, que causou polêmica por trazer na capa uma criança pronta para brincar com uma arma, é um retorno de James aos bons tempos de Laid. Eles trouxeram de volta melodias criativas, arranjos fortes e a variação sonora que pontuaram seus melhores momentos. “Bubbles”, por exemplo, com seu crescendo apoteótico pode figurar entre as melhores já feitas pelo grupo. “Hey Ma”, um pesado libelo contra a guerra chama atenção pelo refrão e seu coro majestoso. “Ei mãezinha, os garotos estão voltando pra casa em sacos e aos pedaços”, bombardeiam.
“Oh My Heart” é outra que revela uma banda inspiração, com uma grande melodia e a guitarra mais comportada fazendo o contraponto da bateria nervosa. Destaque também para “Of Monsters & Heroes & Men”, introduzida por cordas esquizofrênicas que ganha uma costura suntuosa de piano e trompete. Enfim, com Hey Ma, James volta para deixar claro que tem ainda muita lenha pra queimar. Sorte nossa.
Experimente sem medo:
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ou
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Cotação: 4
terça-feira, 20 de maio de 2008
Saborosa despretensão
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Identidade própria
Os ecos da influência não são assim tão visíveis neste quarto álbum do Elbow. A banda tem talento suficiente para criar sua própria identidade musical. E ganha cada vez mais terreno com seu dream pop, estilo marcado por sons mais etéreos. Se é possível enxergar um pouco de Radiohead na linda “The Loneliness of a Tower Crane Driver” ou estilhaços de Muse na envolvente “The Bones of You”, The Seldom Seen Kid vai muito além das meras referências.
Há intensidade e alguma dramaticidade, sem derrapar no exagero, nas boas “Friends of Ours” e “Starlings”, com orquestração de cordas precisas, coros bem engendrados e a voz grave de Garvey. Em um outro momento do disco, numa levada mais pop e com arranjos sofisticados, “An Audience with the Pope” e “Fix” mostram ousadia. No meio do caminho, “Grounds for Divorce”, música de trabalho do álbum, mostra equilíbrio e qualidade que ajudam a colocar o CD entre os bons lançamentos do ano.
Para ouvir, vá em(novo link):
http://sharebee.com/fc947683
Cotação: 5
Competência de sempre
Mais do mesmo é The Golden Age(2008). Lançado recentemente, esse trabalho traz o AMC confortável no que sabe fazer muito bem: melodias competentes e suaves com muito violão dedilhado e um fio de melacolia, nada acachapante diga-se de passagem, que perpassa, na verdade, toda a obra do grupo.
Mesmo sem a inspiração de discos como Everclear(1991) e Mercury(1993), para mim o ápice da trajetória da banda, The Golden Age é muito digno e com certeza não desagradará aos fãs. Baladaças como “All my Love” e “The Stars”, usando uma expressão barroca, cala fundo na alma, e a mais ensolarada “Decibels and the Little Pills” estão entre as melhores criações da banda. E o que é melhor, amparadas pela maturidade de Mark Eitzel, e sua voz marcante, e os outros corretos músicos da AMC.
Delicie-se:
http://www.shareonall.com/jbmzk020_npsy.zip
Cotação: 4
domingo, 18 de maio de 2008
dEUS existe
Em 2008 vi que dEUS existe. Mais pop como o papa, mas ainda com o dom de impressionar. Meu primeiro contato com ele foi através do disco In a Bar, Under the Sea (1997), que ía da ótima "Little Arithmetics" que casava doçura a guitarras pesadas com admirável equilíbrio, ao barulho e estranheza das cabeçudas "Theme from Turnpike" e "Gimme the Heat", com muita microfonia e algum atonalismo. Doido esse dEUS, pensei.
E eis que me deparo com Vantage Point(2008), disco desse grupo de indie rock belga que lança o segundo trabalho seguido (o anterior é Pocket Revolution, de 2006) depois de sete anos de confinamento. Um bom reencontro. Tom Barman(vocal, guitarra) e sua trupe estão mais mansos, mas demonstram vigor e boas pegadas num disco marcado pela engenhosidade dos arranjos. E o som começa empolgante e dançante com "When She Comes Down", com riffs bacanas de guitarra e segue com a mais pesada e não menos elétrica "Oh Your God".
Mas, a coisa esquenta mesmo e mostra o reconhecido e cultuado talento de dEUS nas densas e vibrantes "Slow" e "The Architect". Essas duas já garantiriam o prazer de escutar dEUS em sua errática mas sempre criteriosa, segundo a crítica, carreira. Vantage Point foi uma das gratas audições desse 2008 que já está meiando sua vida se mostrando generoso para nossos ouvidos.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Retrô pretensioso
Tudo bem que Ben Goldwasser e Andrew Van Wyngarden, os pais da criança, até que se esforçaram para fazer um mix envolvente de electro-rock e psicodelia, com clara inspiração nos anos 60 e 70 e na art noise. Trouxeram toda a carga de referências apreendidas no curso de arte da universidade de Connecticut(EUA), onde se conheceram. Mas, o resultado é, no meu humilde entendimento, uma música pretensiosa que muitas vezes beira ao chato.
O duo, que virou hype (perdão por essa encardida expressão) entre a moçada cabeça das universidades norte-americanas, abusam de sintetizadores em suas criações, encharcando sua estréia fonográfica de um cansativo clima retrô. E até que eles começam bem com "4th Dimensional Transition", com sua bateria hipnótica e levada psicodélica. Mas, depois, tudo soa meio repetitivo, apesar dos arranjos poucos convencionais e bem engrenados. Mas, se sobram técnica e experimentação, falta alma em Oracular Spectacular, que dá o ar da graça na boa e reconfortante "Weekend Wars".
De boas intenções, já sabemos, o inferno está cheio. Mas eu, do alto da minha irremovível crença na humanidade e sua força renovadora, acredito que o MGMT ainda possa um dia conquistar o coração dos ouvintes pensantes. Potencial, o grupo tem. E afinal, não tenham dúvida, a antena do meu amigo Wagner é muito poderosa.
Plugue-se no link: http://www.badongo.com/file/7834035
Cotação: 2
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Tensão e beleza
Lançado em 2007, North Star Deserter, seu décimo primeiro trabalho, mantem a coerência da obra de Chesnutt, assumidamente folk. Dessa vez, a melancolia e a poesia ganham reforço de um acompanhamento instrumental, com direito a cordas e sintetizadores que ampliam a atmosfera de rara tensão e beleza, marca definitiva do repertório do artista. Auxílio que diferencia esse disco de outros, nos quais se via o domínio da guitarra acústica do músico, como nos belos Little(1990) e West of Rome(1991)
Triste até a medula, North Star Deserter é para quem tem coração forte. Difícil não ficar tocado com a pungência de músicas como "Splendid", "Fodder on his Wings" e nas ótimas "Glossolalia", com arranjos de corda, e "Everything I Say" e suas guitarras distorcidas que só valorizam a climática e estupefaciente melodia. Se linke:
http://sharebee.com/5a102af1
Cotação: 4
Texanos de responsa
Garageiros em alguns momentos, esses legítimos representantes do bom indie rock fazem um som honesto e grudento. Para quem gosta de composições ligeiras e assobiáveis. A música “Resistance St.” é uma das mais belas e intensas que ouvi entre as compostas pelas novas bandas que conheci e deixaram saldo positivo este ano. Essa galera tem talento e vale a pena dar uma escutada.
Siga o link abaixo e me diga se estou sendo generoso demais:
http://sharebee.com/f725b6b7
Cotação: 3
Renascimento vermelho
O debut era um disco arrebatador, clássico que inspirou centenas de bandas, mas a galera californiana não saiu do território das boas bandas incompreendidas pela massa. O segundo, Pinkerton(1996), trazia um pouco do brilho do antecessor, mas sem a mesma inspiração. E aí vieram o de capa verde(2001) e Maladroit(2002), que não chegaram a empolgar tanto.
Está saindo agora o de capa vermelha, depois do fraco Make Believe(2005), intitulado simplesmente Red, que, 14 anos depois do primeiro, traz o Weezer retomando as boas idéias e a eletricidade de sua obra-prima. Dúvidas? Escute a seqüência matadora com “The Greatest Man that ever Lived” e “Pork and Beans”. Curto (o disco tem apenas 32 minutos) e grosso e bom, muito bom, Red chegou para marcar a história do grupo. Os fãs agradecem de coração.
Ouça o disco no (novo) link:
http://rapidshare.com/files/119711042/sonzeirananet_w_2008_wtralbum.rar
Cotação: 4
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Devoção ao Devotchka
http://www.mediafire.com/?etzxycwnw0i
Cotação: 4