sexta-feira, 20 de junho de 2008

Lo-fi surpreendente

A banda costuma ser freqüentemente comparada ao papa do indie experimental, o canônico Sonic Youth. Mas, não embarque nessa. Não é porque o guitarrista deste grupo, Thurston Moore, apadrinhou o trio Tall Firs que este tenha que soar parecido. Too Old To Die Young(2008), o segundo álbum da turma, não lembra a barulheira pós-punk dos mestres e nem mergulha na distorção. Estamos falando aqui do mais puro lo-fi.

Se tem algo que aproxima o Tall Firs do Sonic Youth é o experimentalismo. A banda criada pelos vocalistas e guitarristas Aaron Mullen e Dave Mies e pelo baterista Ryan Sawyer faz uma espécie de folk experimental, marcando pelo diálogo enviesado de cordas e baterias, como é possível perceber logo de cara com a interessante “So Messed Up” em que a guitarra dedilhada soa desencontrada da percurssão marcada.

A textura rica criada pela guitarra e violões é cama para uma bateria um pouco mais enérgica e encanta os ouvidos. E se engana quem acha que Too Old To Die Young é repetitivo. Ouça o disco com ouvido de arqueólogo, buscando a riqueza do detalhe nos arranjos bem trabalhados e recheado de surpresas. Casos da ótima “Good Intentions” em que um piano sutil chama a introspecção para ser estilhaçado no final por uma guitarra mais pesada, ou na linda “Secret & Lies”, onde a voz árida e quase sussurrante de Mullen encontra o par perfeito num dueto com Holly Miranda, da banda The Jealous Girlfriends.

O novo trabalho do Tall Firs, banda que tornou-se um dos grandes achados este ano para mim, é de difícil audição. É anti-pop e nada radiofônico, mas tem uma virtude rara na maioria das bandas: é consistente e mexe com os sentidos.

Experimente:

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ou

http://www.sendspace.com/file/dxuuri

Cotação: 4

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