quarta-feira, 18 de junho de 2008

Celestial grandeza

No clip da música "Gobbledigook"(procure o filme no lado direito do blog) , um bando de homens e mulheres peladinhos da silva brincam serelepes no meio de uma floresta. Dançam ao som de uma bateria tribal, palmas e coro minimalista que se contrapõem a uma melodia quente e alegre. A sonoridade lembra tudo, menos a banda islandesa Sigur Rós, autora dessa composição estranha ao universo do cultuado grupo.

Aquela música é o primeiro single do disco Með Suð í Eyrum Við Spilum Endalaust(2008). É também a sua primeira faixa, o que fez muita gente pensar que a banda, autora do belo clássico Ágætis Byrjun (1999), estaria dando uma guinada na carreira, partindo para um som mais pop e fácil. Ledo engano. A audição do restante do álbum mostra que a galera capitaneada por Jón þór Birgisson (vocal e guitarra) continua fazendo um rock experimental, numa seara entre o psicodelismo e o folk completamente etéreos.

O novo álbum, que tem uma grandeza próxima ao citado Ágætis Byrjun sem, contudo, superá-lo, investe em coros angelicais e na instrumentação e arranjos delicados tanto quanto complexos. Casos de “Inní Mér Syngur Vitleysingur” e “Ara Batur”, onde um piano suave é cama para melodias envolventes que terminam apoteóticas com a entrada de cordas e metais suntuosos.

E assim a banda vai viajando. Ora entre canções mais soturnas e melancólicas como a longa “Festival”, lentíssima, quase uma oração com seu órgão e voz bem casados, ora pesando menos a mão com músicas mais solares, como “Ilgresi”, uma grande melodia, uma das melhores do disco, com seu violão acústico e jeitão folk e a terna e celestial “Goddan Daginn”, que remete um pouco a leveza dos “fofos” escoceses Belle and Sebastian. Enfim, um disco difícil para muitos, mas excelente e extremamente respeitável.

Faça essa viagem:

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Cotação: 5

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