segunda-feira, 11 de maio de 2009

Entre o céu e o inferno

Quando estreiou no Brasil, X-Men Origens: Wolverine dividiu opiniões. O longa-metragem dirigido por Gavin Hood (vencedor do Oscar por Infância Roubada) chegou cheio de marra às salas de cinema. E não era por menos, afinal, a pretensão do filme era conquistar corações e mentes com esse personagem deliciosamente irascível e amoral da trupe bacaninha dos homens “X”. Acabou ficando no meio do caminho nesta empreitada.

O longa-metragem de aventura é o que popularmente pode se chamar de um produto “meia boca”. Um dos grandes problemas do filme é carregar nas cores dramáticas em uma história que já tem, como agravante, um roteiro capenga. O cinismo de Wolverine (Hugh Jackman) vai perdendo a força já no moralismo das primeiras cenas, quando ele e o irmão Victor (Liev Schreiber), se desentendem pelo herói não aceitar os métodos virulentos do tresloucado parente de sangue.

Até aí tudo bem. Até porque o Loguinha “paz e amor” acaba perdendo, lá na frente, as estribeiras quando vê a amada, a bela Raposa Prateada(Lynn Collins), assassinada. E sua vingança, cheia de culpa, é o fio condutor dessa história. Mas, o confronto ético interno que o personagem desenvolve é tão débil quanto a intenção do filme de gerar empatia com o relacionamento de Logan e sua esposa.

Tudo bem que o Wolverine ácido só surge mais claramente – na história em quadrinhos – depois que o herói perde a memória. Mas que esse lado mais cínico faz falta no filme, faz sim. Até o próprio Jackman, pela terceira vez na pele de Logan, parece diminuído nessa sua cruzada moral.

A frustrada história de amor é explicitamente mal engendrada no roteiro, que tem a assinatura da dupla David Benioff e Skip Woods. Meia boca também é a inclusão de um bando de mutantes, muitos deles futuros X-Men, como um jovem Scott, que surgem do nada para fazerem absolutamente nada no longa de ficção. A valorização da vingança de Logan, e sua fúria animal, por sua vez, parece cair no vazio quando ele dá de cara com a dura verdade.

Se deixasse o drama de lado e se concentrasse na ação propriamente dita, talvez Wolverine fosse um filme mais excitante. Entretenimento é a proposta central dos quadrinhos mais comerciais, de onde, afinal, saiu o personagem. E ainda se concentrasse nos músculos do herói, o diretor ainda teria que ter cuidado com a previsibilidade das cenas e o excesso de efeitos especiais, esses sim – sempre eles – os grandes salvadores da produção hollywoodiana. Pena que isso seja muito pouco para uma obra que gerou tanta expectativa.

Faça o download aqui do trailer do filme ou assista clicando no link da barra de vídeos ao lado:

http://www.vuze.com/downloadapp/GQ3YAYZCQGION4BT2V46SJRU6RRIDAHE

2 comentários:

Unknown disse...

Obrigado pela propaganda do blog Sleeveface aqui no seu espaço. Aproveito para retribuir a gentileza.
Visite também:
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Dr.Tímpano disse...

Valeu, Elenilson. O seu blog é realmente show de bola.

Abraços do Dr. Tímpano